“Com a Matemática, construímos pontes e não barreiras”. De autoria das estudantes Rayssa Gaspar Ramos, Verônika Aryelle Guimarães da Silva e Clara Ramos Dourado, do Colégio Estadual Professora Nilde Maria Monteiro Xavier, no município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, o artigo acaba de ser publicado na Revista Educação Pública, da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro. O trabalho, que pode ser acessado por este link, foi exposto na 8ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba), em 2019, e é resultado das ações desenvolvidas ao longo da Feira de Ciências e Matemática (Fecima) da unidade escolar.
O artigo das estudantes relata a experiência da construção de uma ponte de palito de picolé, baseada nas propriedades geométricas do triângulo. Elas ressaltam que este estudo se fundamenta, teórica e metodologicamente, na investigação matemática. O professor de Matemática, Jadson de Souza Conceição, responsável pela orientação do trabalho, ressalta que o uso da Geometria visou o desenvolvimento do senso espacial e do raciocínio lógico matemático, como aponta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Para além de marcar a história do colégio e da comunidade palmeirense pelo ineditismo da obra, o educador afirma que “a ponte” oportunizou as estudantes obterem novos conhecimentos, conhecerem a capital baiana e outros projetos e construir novas amizades. “Nem Clara, Rayssa e Verônika imaginavam que uma estrutura de palito de picolé e cola, pesando 0,419 kg, pudesse suportar 200 kg. A publicação do artigo reforça o quão grandioso foi o projeto desenvolvido pelas estudantes, pois possibilitou que elas e as pessoas que foram à nossa feira de ciências pudessem entender aquela construção para além de uma simples ponte de madeira, uma vez que ali estavam embutidos diversos conceitos matemáticos e físicos estudados e avaliados por elas, antes da construção”, destacou, citando os também estudantes Kelvin Cardoso, Pedro Pietro Guimarães, Taline Queiroz e Suiany Guimarães como integrantes de apoio do grupo.
Empolgada, Clara fala sobre a experiência. “Tivemos um trabalho enorme para descobrir como construir uma estrutura, já que só tínhamos a orientação principal de que o triângulo é uma figura rígida e que, por isso, sua capacidade de sustentação é grandiosa. O empenho do grupo e as aptidões do nosso colega Kelvin Cardoso tornaram possível essa construção e o resultado ultrapassou as nossas expectativas, mostrando a importância do triângulo, já que pouco se fala sobre uma simples figura que vem desde a Antiguidade sustentando tudo à nossa volta”.
A estudante ressalta, ainda, que a publicação do artigo é um grande incentivo para que os estudantes continuem buscando o conhecimento na área da Ciência e na pesquisa. “Acredito que deixamos uma influência positiva para a comunidade e para os colegas que virão depois de nós. Minha gratidão ao professor Jadson, que teve a iniciativa de colocar a escola nesse movimento e nos deu todo apoio e acreditou que éramos capazes, não nos deixando acomodar, e à nossa escola, por ser a instituição de nosso conhecimento. Foi maravilhoso e gratificante, vai marcar para sempre na minha vida”, conta.
A colega Rayssa também fala com entusiasmo sobre o seu envolvimento na construção da ponte feita de palito de picolé. “Sem dúvida, foi um desafio e, após concluído, o sentimento é de orgulho, porque, através dessa pesquisa, adquirir conhecimentos antes desconhecidos sobre a figura geométrica mais importante e essencial, que é o triângulo, e a sua propriedade de treliça. Uma figura perceptível nos mais diversos lugares, principalmente em construções. Além disso, este trabalho nos deu a oportunidade de representar o nosso colégio e a nossa cidade em algo tão grandioso, que é o mundo da Educação, que nos levou à Feciba e à cidade de Salvador, e também nos trouxe oportunidades antes inimagináveis”.
A experiência também foi comentada pela estudante Veronika: “Foi muito incrível! Pude me aprofundar na questão do triângulo e aprender fatos e funções sobre ele que nunca imaginei que existia. Diria que foi muito importante para mim, pois, estando da Feciba apresentando o nosso trabalho, conheci pessoas novas, projetos incríveis de outros alunos e também a cidade de Salvador”. O professor Jadson complementou: “Toda a trajetória e a oportunidade que as meninas trilharam, ao longo do projeto, reforçam que é possível fazer pesquisa na Educação Básica”. As informações são de assessoria.