Usando máscara de proteção facial para disfarçar a cara que transparecia constrangimento, Jair Bolsonaro (sem partido) ouviu um discurso de forte tom anti-negacionista proferido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na abertura do ano judiciário no plenário da corte na manhã desta segunda-feira (1º). “Não tenho dúvidas de que a ciência, que agora conta com a tão almejada vacina, vencerá o vírus; a prudência vencerá a perturbação; e a racionalidade vencerá o obscurantismo”, afirmou Fux.
Ao lado do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, com quem trava uma batalha jurídica após insinuações sobre o pai do jurista, Bolsonaro ainda ouviu Fux dizer que o STF operou para a “preservação da Constituição e da democracia”. “No auge da conjuntura crítica, o STF, em sua feição colegiada, operou escolhas corretas e prudentes p/ a preservação da Constituição e da democracia, impondo a responsabilidade da tutela da saúde e da sociedade a todos os entes federativos, em prol da proteção do cidadão”.
Santa Cruz
Em seu discurso, Felipe Santa Cruz foi no mesmo tom do presidente da corte, causando novo constrangimento a Bolsonaro. “As luzes da ciência e da constituição cidadã, de caráter profundamente humanista, são as armas mais poderosas com as quais contamos para afastar o obscurantismo, o negacionismo, e assegurar aos brasileiros e brasileiras seu direito inalienável à vida”, disse o advogado. Bolsonaro não discursou na cerimônia. Mais cedo, em encontro com apoiadores, o presidente voltou à ofensiva contra as medidas de isolamento social para contenção do coronavírus.
“Recado que eu posso dar é o seguinte: cada vez mais se comprova que a política do fica em casa, destrói a economia, inunda o Brasil de desempregados, vem inflação, aumento de preços e não pode continuar culpando o presidente por essa política, porque ela não é minha. Fica em casa nunca foi e nunca será política minha. Fica em casa e vou para Miami e para o Maracanã. Aí não dá, né?”, indagou o presidente, alfinetando os “inimigos” tucanos João Doria, governador de São Paulo, e Bruno Covas, prefeito da capital paulista. A redação é do site da Revista Fórum.
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