O município de Palmeiras, na Chapada Diamantina, está entre os municípios que adquiriram testes rápidos para covid-19 com a empresa ‘Matias Machado Silva ME’, investigada pela Operação ‘Falso Negativo’, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público da Bahia (MP-BA), por fraudar compras de testes rápidos.
O valor do contrato para aquisição foi de R$34.734,00. A compra foi divulgada pelo prefeito Ricardo Guimarães (PSD), no Diário Oficial do Município, em julho de 2020, e o número de testes fornecidos não foi informado. Ao menos seis municípios baianos contrataram os serviços da referida empresa, supostamente controlada pelo empresário Fábio Gonçalves Campos, ex-chefe de Gabinete do deputado federal Jonga Bacelar (PL).
A força-tarefa, cumpriu 15 mandados de busca e apreensão. Dentre estes seis nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e o município de São Gabriel, onde está a sede da empresa. Sob investigação de crimes de fraude a licitações, lavagem de capital e organização criminosa, escritórios de advocacia, empresas de auditoria e consultoria foram alvos da investigação. Oito gestores da cúpula da Secretaria de Saúde do Distrito Federal foram presos, incluindo o ex-secretário Francisco Araújo.
A ex-gerente de Aquisições Especiais da Secretaria de Saúde (SES-DF), Erika Mesquita Teixeira, também virou ré da investigação, assim como seis representantes das empresas que, segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, foram beneficiadas no esquema. O prejuízo estimado é de, pelo menos, R$18 milhões. Os réus negam irregularidades.
A suspeita dos investigadores é de que os testes foram superfaturados em pelo menos 60% do valor original, o que representaria uma economia de R$20.840,00 para o município de Palmeiras, por exemplo. De acordo com a apuração dos agentes, “os testes foram vendidos superfaturados e são de ‘qualidade duvidosa’”. A prefeitura de Palmeiras nega as acusações. Em nota publicada nas redes sociais, a gestão diz que se trata de “fake news” e que a pasta de Saúde não tem contrato com a referida empresa investigada.
“A notícia falsa foi disseminada por pessoas de má índole que tentam a todo custo denegrir a imagem desta secretaria sem ao menos tentar se informar sobre a veracidade dos casos. Informamos que não temos nenhum tipo de contrato com a empresa citada na reportagem”, aponta nota emitida pela Secretaria de Saúde do município. Jornal da Chapada com informações do jornal A Tarde e portal G1.