O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cita trecho do hino da independência –”ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”– para defender a frase dita nesta semana sobre comparar a vida com a liberdade.
O ministro havia dito a frase na última terça-feira (7) ao anunciar que o governo havia decidido exigir uma quarentena de cinco dias de viajantes não vacinados que entrarem no Brasil.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) havia recomendado o passaporte de vacinação para todas as pessoas que chegassem ao Brasil.
“Está no hino da independência, né? Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil. E o sol da liberdade em raios fúlgidos. Vamos parar com essas polêmicas”, disse na porta do Ministério da Saúde.
O ministro também foi questionado se teria falado contra o passaporte de vacina.
“Eu falei contra? Isso é interpretação de vocês. Pega a minha fala e vocês vão ver. Eu falei da OMS, que a OMS disse que não seria razoável discriminar as pessoas vacinadas ou não vacinadas.”
Além disso, Queiroga também falou sobre o ataque de hacker na madrugada de sexta (10). Ele defendeu a suspensão da portaria para que exista uma única regra para brasileiros e estrangeiros.
Após o ataque hacker ao Ministério da Saúde, o governo Bolsonaro anunciou que iria adiar em uma semana a aplicação das novas regras para o ingresso de viajantes no Brasil. As medidas entrariam em vigor neste sábado (11).
Entre elas estão a exigência de quarentena de cinco dias para não imunizados que chegarem em voos internacionais, além de teste realizado até 72 horas antes do embarque, e a apresentação de comprovante de vacinação ou de teste negativo na fronteira terrestre.
Queiroga foi questionado porque muitas pessoas não precisam de dados do Ministério da Saúde para comprovar que estão vacinadas. Há pessoas que tomaram vacinas em outras partes do mundo.
“É preciso existir uma isonomia em relação a essas questões. Eu não vou impedir o brasileiro de entrar e criar uma regra para o brasileiro e outra para o estrangeiro”, afirmou.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que ainda não é possível avaliar se houve perda de dados após o ataque hacker. Isso ainda está em processo de investigação por ser uma base de dados muito extensa.
“Essa é uma pergunta que todos se fazem. O próprio ministério faz essa pergunta. A gente está finalizando as investigações. Tanto a gente quanto a empresa contratada, que hospeda os dados, tem uma política de backup. Ao importar esses dados algum dado pode se corromper. É muito cedo para afirmar categoricamente”, avaliou. A declaração foi dada na tarde de sexta em coletiva de imprensa realizada no Ministério da Saúde. Redação do Folhapress.