O pequeno Enzo Chaves, de seis anos, foi uma das vítimas das fortes chuvas que atingiram o distrito de Nova Alegria, em Itamaraju, no extremo sul da Bahia. Durante entrevista ao g1, ele falou sobre a tragédia que deixou famílias desabrigadas.
“A casa de Rebeca [caiu], a casa de vó, de todo mundo. Aí a nossa casa caiu também. Eu fiquei com medo. Eu não gosto de tudo cheio de lama aqui, não. Eu não gosto da enchente, das casas quebradas”, disse o pequeno.
“Quebrou as coisas de Rebeca [a prima], ela ficou sem casa, as coisas dela quebraram. A casa de Daiane, de todo mundo. A casa de vó tirou os telhados, os telhados voou tudo [sic]. Rebeca ficou sem geladeira, sofá”, complementou. A avó que Enzo se refere é a mãe do pai dele. Após a tragédia, a família está abrigada na casa da avó materna.
Segundo a mãe de Enzo, Sônia Chaves, Rebeca é prima do pequeno. No entanto, ela disse que o filho também falou sobre outros moradores da região que também foram afetados.
“Ele cita o nome da avó, ela perdeu muita coisa. A casa não chegou a cair, mas a estrutura não está firme. Ele fala também de Rebeca, que é prima dele e ficou sem casa. Os outros são primos. Ele também fala de gente que não é [parente]”.
O sonho de Enzo é ver o distrito de Nova Alegria “limpo” de novo, sem a lama e os destroços que tomaram contato do local após o temporal. “Eu tenho vontade de ver as casas de pé de novo. Eu quero ver Nova Alegria todo limpo [sic]. Todo mundo com as casas de volta”.
“Eu queria de volta a casa de Rebeca, de Daiane, Lorrane, minha mãe, meu pai, Vaguinho e também vó, dona Duzinha, Nu e todo mundo”.
Nesta sexta-feira (17), os moradores de Nova Alegria seguiam limpando as casas. O distrito foi tomado pela lama após as fortes chuvas na última semana.
Além disso, os moradores aproveitam o dia para colocar os móveis que não foram levados pela água na rua, a fim de secá-los com ajuda da luz do sol.
Também é possível ver muito entulho espalhado pelas ruas como, por exemplo, madeira, telha, tijolos das casa que desabaram, móveis quebrados. Por causa disso, muitos urubus apareceram na cidade e se espalharam pelo local.
12 mortes e 220 mil afetados
Doze pessoas morreram na Bahia em decorrência das chuvas, conforme balanço divulgado pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec), na quarta-feira (15). O estado também contabiliza 267 feridos.
Ao todo 220.297 pessoas foram afetadas pela chuva de alguma forma. As mortes foram registradas em:
Amargosa (2);
Itaberaba (2);
Itamaraju (3);
Itapetinga (1);
Macarani (1);
Prado (1);
Ruy Barbosa (1);
Jucuruçu (1).
Até então, os números de pessoas que perderam as casas não foram modificados: 6.371 pessoas ficaram desabrigadas e precisaram de apoio das prefeituras.
Outras 15.199 ficaram desalojadas, o que significa dizer que também tiveram que abandonar seus imóveis, mas não necessitaram de abrigo do município. O número de municípios em situação de emergência ainda não foi alterado e permanece em 51. Com informações do g1 Bahia.