Com o registro, nos últimos dias, de novos focos de incêndios florestais no oeste baiano, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), por meio da Operação Bahia Sem Fogo, intensificou as ações de fiscalização contra queimadas ilegais e atividades que produzam risco potencial de gerar novos focos. Foram realizadas 250 inspeções técnicas, na região e na Chapada Diamantina, com apreensão de equipamentos, embargos, advertências e multas aplicadas. A ação busca o cumprimento do decreto assinado pelo governador do Estado, Rui Costa, no dia 1º deste mês, que determina a suspensão, por 90 dias, da realização de atividades que possam propagar incêndios florestais, em áreas de 51 municípios situados nestas regiões.
Com a utilização de dois aviões tanque (modelo Air Tractor), um helicóptero e veículos tracionados, as equipes da operação Bahia sem Fogo continuam atuando no combate a incêndios nos municípios mais afetados – Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Correntina, Formosa do Rio Preto, Mansidão, Morpará, Oliveira dos Brejinhos, Riachão das Neves, Santa Rita de Cássia e Xique Xique. Elas já controlaram as queimadas registradas nos municípios de Brotas de Macaúbas e Morro do Chapéu, localizados na Chapada Diamantina, e em Barra e Formosa do Rio Preto, no oeste.
“A baixa umidade do ar e o clima seco aumentam os riscos de novos focos na região. Atuamos conjuntamente com outros órgãos e instituições desde o primeiro semestre do ano, principalmente nas áreas de maior incidência de focos de incêndio, que acabam se propagando devido aos ventos fortes, vegetação seca e o período de estiagem”, ressalta a técnica de Fiscalização Preventiva do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Fabíola Cotrim. Ela destacou ainda o uso de imagens de satélite para o monitoramento dos pontos de calor. “Contamos com informações georreferenciadas das áreas com maiores ocorrências focos de calor, que podem originar incêndios, favorecendo a prevenção”.
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O trabalho de combate ao fogo em todo território baiano envolve o esforço de mais de 150 pessoas, entre brigadistas voluntários capacitados pela Sema, Bombeiros Militares, técnicos do Inema e brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e prefeituras municipais. A sociedade pode oferecer denúncia de queimadas ilegais e quaisquer outros crimes ambientais pelo telefone nº 0800 071 1400, e-mail [email protected], diretamente nos balcões do Inema, na sede ou nas Unidades Regionais, ou por correspondência.
Previsão do tempo para o oeste
Para os próximos dias não são esperadas mudanças significativas nas condições do tempo em todo o oeste baiano. Isso porque a massa de ar quente e seco continuará atuando, predominantemente, sobre essa região, o mantendo o céu ensolarado e sem chuvas. Além de reduzir significativamente as chuvas, esse sistema meteorológico continua contribuindo para manter as temperaturas elevadas, onde as máximas poderão chegar aos 40ºC em algumas localidades.
Outro reflexo da atuação de massa de ar nessas áreas do estado é a manutenção dos baixos índices de umidade relativa do ar, que podem chegar a valores mínimos inferiores a 20%, o que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é considerado estado de alerta. A previsão de tempo quente e seco, somada à vegetação já ressecada, aumenta o risco de ocorrência de novos focos de queimadas ou pode intensificar as existentes.
Assim, mantém-se o alerta quanto à utilização do fogo nas atividades de campo, principalmente, na preparação do solo para o próximo plantio ou renovação de pastos para os animais, pois uma simples ponta de cigarro ou uma faísca pode dar origem a uma grande queimada, o que pode trazer grandes prejuízos para essas regiões.
Tendência para as próximas duas semanas
As possibilidades de ocorrência de chuvas durante até o próximo dia 29 são pequenas. A partir desse dia, até 6 de novembro, a tendência é de que passagem de uma frente fria pelo Sudeste do País possa organizar algumas áreas de instabilidades na região oeste. Porém, os acumulados de chuvas não devem ultrapassar os 40 milímetros no período. Mas as chuvas devem contribuir para o aumento da umidade relativa do ar, que se encontra em níveis de atenção, além de reduzir a incidência de focos de queimadas.