Com os focos de incêndio controlados, o que ficou, além da destruição de parte da fauna e da flora da região da Chapada Diamantina, foi a necessidade de se ter monitoramento e ações de prevenção contra o fogo. A ideia é defendida por diferentes brigadas voluntárias e foi alvo de mais uma crítica feita pelo presidente dos Combatentes de Incêndios Florestais de Andaraí (Cifa), Homero Vieira. Em contato com o Jornal da Chapada neste sábado (5), o brigadista diz que é inconcebível que mais incêndios estejam assolando a região e pede a criação imediata de uma brigada plantonista.
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“Isso evitaria que o fogo se espalhe e ganhe força, como aconteceu várias vezes este ano. Mas é preciso que seja dada a essa brigada a mobilidade que precisa. E se o Estado não tem pernas, é melhor passar a bola para quem realmente faz a diferença, que hoje são as brigadas voluntárias”. Ao defender a elaboração de um plano de combate e de prevenção, Vieira aponta que “é irracional, algo extremamente bizarro, ver que o Estado e a União mantêm a mesma postura dos outros focos ocorridos a menos de 10 dias”.
Sobre o pedido de investigação do Ministério Público à Polícia Federal, o brigadista ainda ressalta que “o problema não é saber que os incêndios são provocados pelo homem. É saber por que se permite que ele tome proporções catastróficas. Todo incêndio nasce pequeno e é preciso ter prontidão para que evite dele crescer”. Para Homero, os promotores públicos que acompanham o caso devem pedir celeridade nas investigações da Polícia Federal.
“Não se deve apenas investigar quem causou os incêndios, mas também os caminhos seguidos pelos muitos recursos públicos que estão sendo gastos. A eficiência do Estado e da União é, no mínimo, questionável. Até quando nossos brigadistas serão explorados? Até a exaustão? Na verdade, o que observamos são os voluntários subindo e descendo serra, combatendo incansavelmente as chamas por amor à Chapada Diamantina. Enquanto o Estado, a União e nossos órgãos ambientais tentam se promover com discursos baratos e promessas vazias”, critica.
Jornal da Chapada
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