Voluntários que estão no combate aos focos de incêndio no Vale do Capão, distrito de Palmeiras, na Chapada Diamantina, reclamaram em redes sociais nesta terça-feira (22) que os Kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), doados pelo governo da Bahia, estão sem itens importantes, como coturnos e máscaras. “Além disso, parte dos itens é de baixa qualidade e/ou não recomendados para combate ao fogo”, comentou uma voluntária.
Segundo o coordenador de operação da Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão (ACV-VC), Thayron Ribeiro, a brigada que conta com 45 voluntários “recebeu 10 pares de óculos, sendo que quatro desses óculos trazem em sua embalagem o alerta para que não se exponha a lente a calor intenso e podem derreter no rosto dos brigadistas”.
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A afirmação dos brigadistas é que, por exemplo, as luvas enviadas não são à prova de fogo. Isso baseado na descrição do mesmo produto encontrado em um site especializado em EPI (http://www.epiprotecao.com.br/produto/ODQyOTE1Nw==). Os abafadores são outro problema. “Eles tem um metro e meio de comprimento, o que é muito pouco, podemos ter os cabelos queimados”, afirma Ribeiro.
O brigadista também revelou que as lanternas enviadas apenas recarregam na tomada, tonando-as ineficazes no meio da mata, loco dos incêndios. Thayron informou que a promotoria pública esteve na sede da ACV-VC no começo da tarde desta terça-feira (22) para apurar a denúncia feita por eles.
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Materiais para Mucugê
Em Mucugê, a Brigada Voluntária Marchas e Combates recebeu, no domingo (20) de manhã, cinco enxadas, seis cabos para enxadas, três foices e cinco facões. Os voluntários também receberam seis balaclavas, seis cantis com capa, 10 pares de luvas, seis óculos, seis apitos, seis lanternas de cabeça, seis calças e seis gandolas.
De acordo com informações enviadas ao Jornal da Chapada, a avaliação dos brigadistas que receberam esse material “é de que as roupas [calças e gandolas] são de baixa qualidade e o material é muito fino e se assemelha aos usados por garis, que se expõe ao sol e não ao fogo”.
Ainda conforme dados, os uniformes não vêm com etiqueta, portanto não tem como saber a procedência de fabricação e nem se as roupas podem ser expostas ao fogo por indicação do fabricante.
“Mas no olho já dá pra ver que não são feitas para combate ao fogo. As lanternas de cabeça também são bem frágeis, algumas já vieram com peças soltas. Não vieram os materiais mais caros como bomba costal e coturnos. E estão faltando itens que foram determinados pela justiça e que deveriam vir nos kits, eles trocaram os itens”. Os itens foram doados pelo governo da Bahia, que alega ter gastado cerca de R$ 5oo mil para aquisição dos materiais.
Adalício Neto – Jornal da Chapada
Materiais de baixa qualidade: