Depois de passadas as chuvas que caíram em Lajedinho, cidade da Chapada Diamantina, no último fim de semana, chegando aos impressionantes 210mm entre a última sexta-feira (31) e o domingo (2), a população começou a se mobilizar para reorganizar a vida no local. Muitos realizaram faxinas nas casas invadidas pela tromba d’água do Rio Saracura e os que não puderam retornar para suas residências ocuparam as 94 casas disponibilizadas pela prefeitura. Não houve registro de mortes ou feridos.
Segundo a Defesa Civil, foi decretada situação de emergência na cidade. O alojamento das famílias desabrigadas nessas casas foi uma medida de emergência liberada pela Caixa Econômica Federal, já que fazem parte do programa federal ‘Minha Casa, Minha Vida’. Os imóveis ficam em um conjunto habitacional, na parte alta da cidade, fora da zona de risco. A obra começou em 2014 para abrigar 231 famílias atingidas na enxurrada de 2013, mas não foi concluída e está sem o sistema de água e esgoto.
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“Estamos providenciando sanitários químicos e carros-pipa para assistir as famílias que foram atingidas”, disse o prefeito Marcos Mota (PSD). Conforme Edmundo Carvalho, coordenador da Defesa Civil do município, os imóveis serão das famílias, não é aluguel ou empréstimo da prefeitura. Carvalho explicou que, no total, são 231 casas. Inicialmente, foram liberadas as 94, mas na tarde de domingo (2), o prefeito da cidade informou a liberação dos outros 137 imóveis. Máquinas foram usadas para limpar a sujeiras na parte baixa da cidade, a mais atingida pela enchente.
Segundo Carvalho, com a chuva da madrugada de sábado, algumas casas tiveram rachaduras e muitas famílias perderam bens materiais, como móveis e eletrodomésticos. Alguns estabelecimentos comerciais também tiveram prejuízos. Em um mercadinho, produtos foram levados pela chuva e ficaram espalhados. A água chegou a alcançar cerca de dois metros de altura em algumas residências. Mesmo quem mora na parte alta, como a aposentada Zilda de Oliveira, também voltou a sofrer com as chuvas. Ela diz que a água chegou próximo ao teto da casa.
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“Estragou meu fogão e minha geladeira. A geladeira está toda enferrujada. Só quando Deus me ajudar para eu comprar outra”, afirmou. Em 2013, a aposentada já tinha perdido três familiares por conta da enchente que atingiu Lajedinho. Dona Adezilda também voltou a ter a casa inundada pela segunda vez em quatro anos. “Destruiu quase tudo, daí é só jogar no mato. Colchão, tudo, enfim. Agora é pedir sorte a Deus”, lamentou.
As duas enchentes aconteceram porque um canal de macrodrenagem, que corta a cidade, não suportou o volume de água da chuva e transbordou. Segundo a prefeitura de Lajedinho, é necessário ampliar a largura do canal de cinco para 30 metros, e a profundidade de dois para 15 metros. A obra está prevista desde que aconteceu a primeira enchente, mas ainda não começou. A prefeitura diz que a obra é de responsabilidade dos governos federal e estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder). Jornal da Chapada com informações do G1BA.
Chuva em Lajedinho 1 – Jailton Rodrigues
Chuva em Lajedinho 2 – Jailton Rodrigues
Chuva em Lajedinho 3 – Edmundo Carvalho
Veja fotos da chuva em Lajedinho