“Projeto Éden: Jogo sério sobre variáveis e tipos de dados”. Com esse título, o trabalho de conclusão de curso do aluno do 4º ano de informática do Campus Jacobina do IFBA Yure Pablo do Nascimento Oliveira pretende facilitar o ingresso dos estudantes de computação e afins, sobretudo quanto ao conteúdo inicial das disciplinas Lógica de Programação e Algoritmos. Sob orientação da professora Carina Machado, o jogo digital educacional foi tema de artigo no XVII Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital, que aconteceu de 29 de outubro a 1º de novembro deste ano, em Foz do Iguaçu/PR.
“É o primeiro jogo desse tipo desenvolvido no campus, mesmo sem um laboratório específico para a área, então dá um orgulho danado começar apresentando no maior evento do ramo na América Latina, o SBGames, ainda mais pelo tempo relativamente corrido: estávamos há dois meses da submissão do trabalho, logo, a elaboração do jogo teve de durar cerca de um mês”, comenta o jovem. Testado com duas turmas dos primeiros anos do curso de informática, o projeto já está disponível online para acesso público.
“Misturar a solução de problemas com a ludicidade característica dos jogos foi a chave para o sucesso na etapa de validação. A maioria dos alunos imergiu a tal ponto que só saiu da sala após o término do horário de aula. Posteriormente, o jogo ainda foi recurso muito utilizado para revisão e consolidação dos conceitos aplicados em sala. Recebi muitas mensagens no WhatsApp pedindo ajuda na resolução. Até mesmo os mais resistentes com a área de programação se sentiram motivados e inspirados a participar ou, ao menos, compreender e se utilizar de projetos como esse”, acrescenta Yure.
Aspirante à graduação em Ciência da Computação, o formando compreende os jogos educacionais como um nicho de mercado promissor, além de auxiliar no aprendizado. Após o intercâmbio com profissionais no SBGames, ele idealiza outro projeto, voltado para as aulas de física, até o fim do ano letivo.
“Let’s Play!”
Inspirado no Super Mario World (Nintendo), o projeto Éden é simples e divertido. O protagonista é um cientista da computação que tem por objetivo destruir, por meio de comandos, uma inteligência artificial que está controlando toda a vida, com a intenção de evitar a extinção da espécie humana num período de guerra extrema. Para isso, ele deve entrar na ilha em que se encontra a central de comandos e batalhar contra sua própria criação.
Do gênero plataforma, subcategoria dos jogos de ação, o jogo prioriza a habilidade e destreza do jogador, sem negligenciar a narrativa, estimulando-o a declarar variáveis e atribuir valores a elas, de forma a avançar nas fases. Cada tipo de dado é associado a uma situação lúdica (ex.: diminuir a própria altura e criar caminhos), fazendo uso de ações comuns, tais como definir um nickname (apelido), resolver puzzles (quebra-cabeça), abrir passagens bloqueadas e enfrentar inimigos.
O jogo se encontra adaptado para quatro linguagens de programação contemplando públicos distintos. “Pra quem sabe ou não programar, o projeto Éden é desafiador, até um professor ou programador experiente se diverte jogando. É uma ótima forma, inclusive, de iniciar turmas de computação à ludicidade com poucos recursos, já que está hospedado na web, funcionando em qualquer computador com acesso à internet”, explica.
“Agora nossa meta é possibilitar que mais instituições e turmas participem de experiências como essa. Além de novos jogos, pretendo otimizar o atual para dispositivos móveis e permitir a edição dos problemas pelos professores. Outras otimizações são sempre bem-vindas, então joguem bastante [https://projetoeden.netlify.com/] e sugiram melhorias ou até mesmo parcerias em projetos correlatos”, convida Yure. As informações são de assessoria.