Telefone sem fio ou mal entendido. Difícil saber a razão que está por trás quando a política é praticada na base do faça o que mando e não exatamente o que digo, típico do coronelismo político que ainda tentar se impor no interior da Bahia. Fato é que o prefeito de Xique-Xique, Reinaldo Braga Filho, o popular ‘Reinaldinho’ (MDB), partiu para o ataque empurrando a versão de que o Governo do Estado não teria feito a sua parte para instalar 10 leitos de UTI e enfermaria para tratamento da covid-19 em um hospital filantrópico na cidade.
Já o executivo baiano sustenta que o combinado seria o município montar a estrutura física e que a gestão estadual colocaria os equipamentos, além de remunerar em R$ 1.600,00 cada leito de UTI. Depois da troca de versões, a Fabamed, entidade responsável pela operação dos leitos, emitiu nota de esclarecimento informando que depende da disponibilidade de oxigênio na região e que produto fornecido em tanques ou cilindros não tem estoque suficiente a curto prazo.
Mesmo que tenha se indignado com o impasse, soltando gritos em uma emissora de rádio, o prefeito Reinaldinho deu uma bola fora e demonstrou desconhecimento ao “entender” que a disponibilização de oxigênio não teria que ser responsabilidade do poder municipal. Antes de ser surreal, é bom lembrar que este é sim um serviço da estrutura física de qualquer unidade hospitalar e não “equipamento” como ele diz.
No final, a clara versão de quem fala o quer e ouve o que não quer, em vez da serenidade e busca do consenso. E o secretário Estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, foi tácito: “não se resolve nada com xingamentos, falta de educação e gritos. O Estado sempre cumpre a sua parte, e tem ajudado os municípios além de sua obrigação por que o esforço é para salvar vidas e não de se politizar um bem tão sério que é cuidar das pessoas”.