Na véspera do feriado prolongado em Salvador, do dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia (8 de dezembro), padroeira da Bahia, a sugestão do Jornal da Chapada é que os soteropolitanos visitem a Chapada Diamantina, e aproveitem o período para descansar e recarregar as energias em contato com a natureza. Conforme publicação no site do jornal, apesar do grande incêndio que atingiu a região, a maioria das trilhas e pontos turísticos foram preservados.
Nossa dica de viagem é o trekking do Vale do Pati. Quanto mais dias para conhecer e explorar o local, situado no Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD), melhor, e o feriadão é ideal. O percurso é extenso, possui alto nível de dificuldade, mas tudo isso é compensado pelas paisagens de tirar o fôlego. Não é à toa que esta trilha é considerada uma das mais bonitas do Brasil. Existem três vias para se chegar a este pedaço do paraíso, por Guiné, distrito de Mucugê; pelo Vale do Capão, distrito de Palmeiras; e por Andaraí. Cada caminho tem um nível de dificuldade particular e uma extensão diferente.
Leia também:
Vale do Capão tem trilhas para cachoeiras e histórias da Chapada Diamantina
Iramaia revela belezas intocáveis da Chapada Diamantina; conheça trilhas na Raposa
Mucugê, Igatu e Andaraí são mais opções de trekkings na Chapada Diamantina; conheça roteiros
Chapada: Cachoeiras da Fumaça e Buracão entre as 15 mais bonitas do Brasil; confira uma das trilhas
O Vale do Pati é moldado na Serra do Sincorá pelos rios Calixto, Pati e Cachoeirão e tem altitudes que oscilam de 400 a 1.500 metros. Existem diversos pontos turísticos ao longo do vale, os mais conhecidos é o Mirante, o Cachoeirão (por cima e por baixo), o Castelo e as Cachoeiras do Calixto e dos Funis. No vale inteiro vivem 13 famílias, não mais que 50 pessoas, as acomodações são em casas de nativos. Os turistas podem se hospedar na Igrejinha, com seu João; em dona Raquel; em seu Eduardo; ou com seu Wilson.
Cachoeirão por baixo
Não foi por acaso que os nativos batizaram o lugar de Cachoeirão. Formado por um corredor de paredões, de 300 metros de altura, cercado de cachoeiras. Contando todas as quedas d´água, incluindo as duas mais volumosas, são oito cachoeiras caindo na mesma área. Parte delas só existem quando chove, chegando a formar até vinte quedas. Por força da altura, a água chega embaixo como uma enorme ducha. O pequeno poço que ampara a cachoeira tem forma de coração e águas avermelhadas e geladas.
Não é nada fácil chegar ao Cachoeirão por baixo, são 17 quilômetros por dentro da mata, e mais três quilômetros de muita pedra. Após entrar na parte mais difícil do caminho do Cachoeirão, a caminhada continua pelo leito do rio, enfrentando pedras bem escorregadias.
Leia também:
Circuito do Ouro, Chapada Sul e os três picos mais altos do Nordeste; conheça as trilhas em Rio de Contas
Trilhas da Chapada Norte têm cachoeiras, grutas e histórias sobre a busca de ouro e diamante na região
Chapada: Cachoeiras da Fumaça e Buracão entre as 15 mais bonitas do Brasil; confira uma das trilhas
Morro do Castelo
A subida do Morro do Castelo é o trecho mais difícil no Vale do Pati, da parte de baixo até o ponto mais alto são três quilômetros, de muito esforço. O caminho é tão inclinado que é preciso tomar cuidado. Ao alcançar a porta de entrada do Castelo, é possível ver uma caverna de 800 metros de comprimento. É uma das raras cavernas que a natureza construiu nas alturas. Após atravessar a caverna, chega-se ao topo do Castelo, em uma varanda a 1,5 mil metros do chão, cercada por muralhas de pedra magníficas erguidas pelo tempo e o vento e com uma vista além da imaginação. É de lá que se tem a mais ampla visão da grandiosidade do Pati.
Cachoeiras do Calixto e dos Funis
No caminho para o Calixto, que dá a volta no Morro do Castelo, é possível passar antes na cachoeira do Funil, a de mais fácil acesso do Vale. Com cerca de 30 metros de altura, a cachoeira tem um poção bem gelado para tomar banho. Sob a queda d’água, pedras submersas formam uma poltrona para sentir o impacto da água sobre a cabeça com todo conforto.
É possível explorar um pouco mais e ir saltando e escalando pedras, subindo o rio Pati montanha acima. Ao longo do rio diversas cachoeirinhas passam praticamente despercebidas. A abundância mantém no anonimato algumas das belezas do Pati.
Jornal da Chapada
Confira mais imagens: